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Fotos: Flávia Eliza

Convidados do “Rio de Versos” argumentam e defendem a pluralidade da poesia, engrandecendo discussão sobre o tema

Uma das mesas mais importantes do “Rio de Versos – Festival Internacional de Poesia de Maricá” foi realizada nesta sexta-feira (31/10) no palco Tupi Petrobras. Sob o tema “A Poética e a Estética nas Linguagens Artísticas”, o espaço reuniu o reitor da Universidade Livre do Carnaval de Maricá (UniCarnaval), Milton Cunha; o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares; e os artistas visuais Xico Chaves, Bill Lundbergh e Regina Vater – a primeira brasileira a ter uma bolsa de estudos no renomado museu Guggenheinn, de Nova York. O evento cultural vai até domingo (02/11) no Centro de Maricá e é realizado pelo Governo Federal e Ministério da Cultura, com patrocínio da Petrobras, através da Lei Rouanet.

O encontro teve mediação do idealizador e diretor geral do festival, que também está como secretário de Cultura e das Utopias de Maricá, Sady Bianchin. As duas primeiras falas defenderam a pluralidade da poesia e das artes de maneira geral. Na abertura, Milton Cunha declarou que a qualidade poética precisa estar atrelada ao campo familiar.

“O estado poético é benéfico para todos, de modo que ameniza a dureza de um dia a dia que exige de todos os membros de cada família. Viver numa cidade de utopias como Maricá traz um alento e uma inspiração a mais para aliviar essa pressão diária”, avaliou o carnavalesco, ao concluir dizendo que “viver dói, mas a poesia cura”.

O secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, que também é historiador, chamou a atenção para a importância de políticas culturais que ajudem a compartilhar o conhecimento, e afirmou que a poesia é a primeira de todas as artes.

“Já existia poesia antes mesmo da escrita, e sem ela não teríamos outras profissões como a engenharia e a matemática, por exemplo. O Brasil é um país profundamente ligado à poesia, principalmente por meio da música, e se afastar disso é criar uma sociedade que se autodestrói. Por esta razão, é tão importante que tenhamos uma política cultural que nos traga a eventos como este”, disse o secretário-executivo do MinC.

Os três artistas da mesa utilizaram a tela no fundo do palco para mostrar parte de seus trabalhos. Enquanto Regina Vater exibiu algumas de suas obras com base na poesia (algumas mundialmente conhecidas), o americano Bill Lundbergh, que é um dos criadores da videoarte, fez um paralelo da poesia com o cinema utilizando cortes de filmes de diferentes épocas. Já Xico Chaves usou a tela para montar um poema ao vivo, diante do público presente. Em seguida, também se colocou favorável à pluralidade na poesia.

“Diferente do pensamento de vanguarda, hoje cada linguagem poética se autoafirma estando livre de todo e qualquer vínculo que prenda ou limite, e é assim que deve ser”, reiterou.

A mesa foi finalizada com a entrega da Medalha Cultural Darcy Ribeiro à presidente da Petrobras, Marta Chambriard, que foi representada pela diretora de Projetos Caroline Vollu. Ao receber a honraria das mãos de Sady Bianchin, Caroline leu um texto enviado pela presidente, onde deu parabéns pelo evento e afirmou que “a empresa reafirma seu compromisso com a cultura nacional e de fortalecer a economia criativa”.

O “Rio de Versos – Festival Internacional de Poesia” é realizado pelo Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, com patrocínio da Petrobras. A Lei Rouanet (Lei nº 8.313/1991) é um mecanismo de incentivo fiscal para projetos culturais no Brasil. Ela permite que empresas e pessoas físicas destinem parte do seu Imposto de Renda para apoiar projetos culturais, deduzindo o valor investido no imposto devido. Os projetos devem ser aprovados pelo Ministério da Cultura, seguindo critérios técnicos, e os patrocinadores ficam isentos da responsabilidade pela gestão dos recursos do projeto. Este projeto foi viabilizado pela existência e pelo cumprimento da Lei Rouanet.